Luta e resistência marcam presença nas mobilizações do mês da mulher

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Atividades em defesa da Previdência acontecem em todo o país. Mobilizações também são contra violência e retirada de direitos

Março se inicia insuflado de muita luta e resistência das mulheres de todo o país, que se organizam em defesa dos direitos, por respeito e pelo fim da violência e discriminação. As mobilizações que acontecerão em todo o Brasil, denunciam um momento de retrocesso, preconceito, discriminação e ódio. Diante do atual ‘desgoverno’ do presidente Jair Bolsonaro, não há muito o que se comemorar neste 8 de março de 2019. A primeira grande batalha das mulheres e trabalhadoras brasileiras é contra a proposta de reforma da Previdência Social, que ataca gravemente os direitos das mulheres.

O governo tenta aprovar desesperadamente uma reforma que atinge de forma cruel as mulheres de todo o Brasil. Uma das mudanças mais perversas, por exemplo, é a mudança no tempo mínimo de contribuição para conseguir a aposentadoria, que passará de 30 para 40. Além de criarem a idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 para os homens. As várias desigualdades que existem no mercado de trabalho, como a rotatividade, intermitência do trabalho, a informalidade e discriminação distanciam ainda mais o direito da aposentadoria para as mulheres. Sem contar, na maioria das mulheres que possuem dupla jornada, realizam afazeres domésticos e cuidam de filhos e idosos, que lamentavelmente ainda são entendidos na sociedade como responsabilidade das mulheres, o que dificulta o acesso ao mercado formal e, desta forma, dificilmente conseguem alcançar os 30 anos de contribuição, quanto mais os 40 sugeridos na nova proposta.

Para a secretaria da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, é fundamental que as mulheres estejam atentas às várias informações disponíveis nas redes sociais e entidades de representação das lutas femininas. “Não podemos nos deixar manipular. Precisamos entender o que de fato está em jogo e que somente um movimento forte das mulheres na sociedade, envolvendo a todas e todos será capaz de frear tantos retrocessos nos direitos, que foram tão duramente conquistados”, afirmou.

Violência contra a mulher, uma realidade assustadora

O número de denúncias de violência contra mulheres aumentou quase 30% no ano passado. O quadro é assustador, visto que as denúncias de agressão dispararam. Em 2018, foram mais de 92 mil ligações para a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – o Disque 180.

O balanço publicado pelo jornal “Correio Braziliense” mostrou também que só, em dezembro, 391 mulheres foram agredidas por dia e foram registradas 974 tentativas de feminicídio – um aumento de 78% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Apesar do grande avanço da Lei do Feminicídio, de 2015, um instrumento muito importante para enfrentar a violência contra a mulher, precisamos mudar a questão cultural e social sobre respeito e valores da nossa sociedade que em grande escala ainda cultua o machismo. Mulher não é um sexo frágil e deve ser respeitada”, destaca Elaine.

Durante todo o mês serão organizadas várias atividades para marcar a luta das mulheres contra a reforma da Previdência, contra a violência e em defesa da democracia e dos seus direitos.

Fonte: Contraf-CUT

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