A consumação do golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff elucida o complexo aparato que o cercou e seus objetivos. A combinação da agenda de operações da Lava Jato com o calendário político eleitoral – sincronizado com o processo de criminalização dos movimentos democráticos e populares – culmina com a implantação de um programa impossível de passar pelo crivo das urnas. Enquanto o Judiciário e o partido da mídia transformaram o partido de Lula e Dilma no fundador da corrupção no país, a elite conservadora que controlou o poder de 1500 a 2002 o tomou de volta.
Enquanto o povo deu uma forte demonstração de desencanto com a política nas eleições municipais, o poder econômico se apodera dela novamente, e por meio dela pretende tomar suas conquistas e fazer o país recuar ao século passado.