Bradesco e Itaú paralisados contra demissões

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Esta quarta-feira, 01/06, foi movimentada na base da Fetraf-RJ/ES. Agências do Bradesco e do Itaú foram paralisadas em protesto contra as ondas de demissões que estão ocorrendo nos dois bancos. Houve atividades no Rio de Janeiro, em Niterói e em Nova Friburgo. No Rio de Janeiro foram paralisadas durante todo o dia duas agências do Itaú e uma do Bradesco, nas esquinas das ruas Senador Dantas e Evaristo da Veiga. Na base do Seeb-Niterói a paralisação foi no Bradesco do centro de São Gonçalo. Em Nova Friburgo, houve caravana nas cinco agências do Itaú no centro do município-sede. A diretora do SindBancários Teresópolis, Ana Maria Melo, participou da atividade no Rio de Janeiro.

No caso do Bradesco, a paralisação é contra as muitas demissões que vêm acontecendo em todo o país e o protesto atende à agenda definida pela COE Interestadual do RJ e ES. A decisão dos dirigentes foi reforçar a paralisação no Rio de Janeiro. A agência escolhida, no térreo do prédio onde fica a direção geral da agência, ficou paralisada por todo o dia. A atividade teve apoio de sindicalistas de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios. O sindicato de Niterói fez paralisação em sua base, impedindo o funcionamento da agência central de São Gonçalo.

No caso do Itaú, as paralisações foram iniciativas de cada sindicato. No Rio de Janeiro o protesto é contra as demissões por justa causa de funcionários que encerram sua jornada no ponto, mas permanecem na agência por mais alguns minutos para, por exemplo, ir ao banheiro. Já houve paralisações nas unidades onde estas demissões aconteceram, mas, como o Itaú não as reverte, nem negocia com o sindicato, os dirigentes resolveram paralisar agências em rodízio para pressionar o banco.

Em Nova Friburgo, as demissões também motivaram a atividade. As cinco agências do banco no centro da cidade foram percorridas em caravana. Os sindicalistas distribuíram panfletos, conversaram com os funcionários e denunciaram à população a política de demissões do banco que, além de gerar desemprego, prejudica o atendimento ao público.

Nilton Damião Esperança, presidente da Fetraf-RJ/ES, considerou a atividade um sucesso. “Pudemos perceber, nas conversas com os funcionários, que eles estão cansados de ser explorados. Os clientes e usuários também demonstraram que não suportam mais ser mal atendidos e ter que realizar operações bancárias sozinhos, nos canais que deveriam ser alternativos. Tanto trabalhadores quanto público estão atentos aos altíssimos lucros dos bancos e ao descaso com que são tratados, com demissões e piora no atendimento”, relata Nilton.

Truculência

Numa das agências do Itaú paralisadas no Rio de Janeiro, houve problemas ainda cedo. Não eram oito horas da manhã quando um segurança tentou furar o piquete recém-montado, forçando a abertura da unidade. Os sindicalistas protestaram, porque somente funcionários do banco podem ter guarda das chaves e abrir as agências. O vigilante bateu boca com os sindicalistas e foi se queixar aos policiais da patrulha que estava estacionada do outro lado da rua.

Foi então que os sindicalistas perceberam um funcionário do banco nas proximidades. Era um gerente, um dos três empregados da agência que têm as chaves da unidade, conforme praxe do banco. Interpelado pelos sindicalistas, o bancário disse que estava com as chaves, embora o vigilante tenha afirmado que estava com elas e que abriria as portas. “Isso é irregular, o vigilante não pode entrar na unidade sem a presença de um bancário. Denunciamos a situação ao responsável pelo departamento de Relações Sindicais do banco no Rio, Bruno Cavalcante. Além de nos enfrentar com truculência, o segurança ainda estava cometendo uma irregularidade”, informa Luiza Mendes, diretora da Fetraf-RJ/ES que fez parte do piquete.

Os PMs da patrulha, acionados pelo segurança, não fizeram nada diante da situação, mas chamaram reforços. Minutos depois chegou uma viatura maior, do tipo camburão, com o mesmo grupo de policiais que atendeu ao chamado do Santander no último dia 20, quando houve paralisação do Realzão, o prédio administrativo principal do banco no Rio de Janeiro. “Eram os mesmos, pudemos reconhecê-los. Muito estranho que seja sempre o mesmo grupo de policiais que atende aos chamados de bancos contra sindicalistas”, pondera Luiza Mendes.

Mas os PMs verificaram que não havia funcionários querendo entrar, já que era cedo, antes do horário de expediente dos bancários, e anunciaram que iriam embora. Não satisfeito com a situação, o segurança começou a insultar e provocar um dos sindicalistas para incitá-lo a partir para a agressão física. Como o dirigente não aceitou as provocações, o vigilante acabou desistindo.

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