Bolsonaro ignora vários alertas sobre 3ª onda de Covid e promove aglomeração no Rio

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Sem máscara ou qualquer outro cuidado, Bolsonaro ignorou também as quase 500 mil mortes no Brasil por Covid-19, desrespeitou as instituições democráticas

O governo federal vem recebendo sinais de alerta sobre a chegada da terceira onda da Covid-19, mas o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) que quebrou, mais uma vez, todos os protocolos sanitários causando aglomerações de pessoas sem uso da máscara e distanciamento no Maranhão e no Rio de Janeiro, esta última neste fim de semana.

Com 450 mil vidas perdidas e sinal de uma nova onda, a média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil parou de cair e já sinaliza uma nova tendência de alta de casos. Especialistas apontam que esse cenário é o reflexo das flexibilizam de medidas de restrição em diversos estados, da queda no ritmo de vacinação por falta de insumos e com população desrespeitando as medidas de distanciamento e uso de máscara.

No ato do Rio, neste domingo (23), Bolsonaro não só ignorou quase 500 mil mortes no Brasil por Covid-19, como desrespeitou as instituições democráticas e os jornalistas que cobriam o evento  foram hostilizados pelos manifestantes. Ao lado de Bolsonaro e também sem máscara, estava o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que na última semana atuou para blindar o presidente de responsabilidade pelas falhas do país no combate à pandemia em seus dois dias de depoimento na CPI da Covid-19.

Segundo alertas dos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) que participam das discussões com ministro Queiroga, já há pressão no sistema hospitalar em vários estados, o que pode se repetir em outras regiões do país. Em documentos internos, a Saúde reconhece que é incerta a evolução da doença.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário no Maranhão, Carlos Lula, afirma que alertou Queiroga, nesta semana, sobre possível alta da doença. Segundo o secretário uma nova onda da doença pode ser superior aos anteriores.

Outra preocupação de Carlos Lula é que o SUS não tem estoque suficiente de insumos essenciais, como kits de intubação, e está perto do limite da expansão de leitos.

Esse alerta também foi emitido pela área técnica da pasta ao Ministério da Economia, no dia 13 de maio. O “cenário da pandemia no Brasil é caracterizado pelo recrudescimento da doença”, afirmaram os técnicos ao defender que fossem mantidas as reduções de custos para importação de insumos e medicamentos para evitar desabastecimento.

Em abril, a Saúde disse à equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) que a crise era grave e havia incertezas sobre a demanda futura por leitos e medicamentos. Um estado que vem preocupando pela alta de casos do novo coronavírus é Amazonas que viveu dias de terror em janeiro deste ano quando, além de leitos e medicamentos básicos, faltou oxigênio. O governador do estado, Wilson Lima (PSC), esteve com Queiroga, no fim de abril, para tratar de uma possível nova onda no estado, tido como bússola da evolução da doença no resto do país.

Nesta sexta-feira (21), em mais uma edição do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 17 das 27 unidades da Federação apresentam tendência de crescimento da crise sanitária no longo ou curto prazo. Do ponto de vista epidemiológico, segundo a Fiocruz, as flexibilizações das medidas de distanciamento social facilitam a disseminação de vírus respiratórios país e, portanto, podem levar a uma retomada do crescimento no número de novos casos.

Brasil chega a 450 mortes

Com o registro de 860 mortes nas últimas 24 h, o Brasil se aproxima de 450 mil vidas perdidas para a Covid-19. Neste domingo (23), também foram registrados 35.819 casos, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com a atualização, o país chega a 449.068 mortes e 16.083.258 casos de Covid-19.

O Brasil é o terceiro no ranking mundial de número de infectados, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Em relação ao número de mortes, o Brasil é o segundo no mundo. Os Estados Unidos têm o maior número de vítimas pela Covid-19, com um total de 589.855 óbitos, ainda de acordo com dados da Johns Hopkins.

Ainda neste domingo, o número de mortos por Covid-19 na América Latina e no Caribe ultrapassou a marca de 1 milhão.

Fonte: Cut

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