Bancos já estão com as reivindicações da categoria

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Bancários querem aumento real, manutenção de direitos e empregos, e cláusulas para regulamentar o home office

Comando Nacional dos Bancários entregou nesta quinta-feira (23) a minuta com as reivindicações da categoria bancária para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Todos os bancos participaram da entrega, com exceção da Caixa Econômica Federal. Quando questionada pelo Comando, a Federação informou que houve uma limitação na agenda dos representantes do banco. O Comando vai solicitar uma reunião com a Caixa para a entrega da minuta especifica com reivindicações dos empregados do banco. A entrega da minuta do BB está agendada para semana que vem.

“Reiteramos a importância da mesa única, que temos desde 2003. E o respeito a todos os trabalhadores representados nacionalmente. Somos referência para diversas categorias e sabemos a importância da nossa Convenção Coletiva de Trabalho, válida em todo o Brasil, e que tem impacto na vida de muitas famílias e na economia do país”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Entre as prioridades apontadas na pauta estão a manutenção dos direitos adquiridos, defesa do emprego, defesa da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida para toda a categoria (independentemente do nível salarial), ganho real nas cláusulas econômicas (os bancários reivindicam aumento real de 5%), mesa única de negociação com os bancos (com bancos públicos e privados) e a defesa dos bancos públicos. A categoria também aprovou a reivindicação de uma PLR de três salários mais parcela fixa de R$ 10.742,91; possibilidade de sindicalização eletrônica; cláusula nova garantindo direitos e condições de trabalho para a realização do home office.

“Estamos mobilizados e unidos para a nossa campanha, que será toda virtual este ano, em função do isolamento social. Os bancários são referência entre os trabalhadores, desde o início da pandemia, com a agilidade em reivindicar o home office, garantir os empregos e direitos e, principalmente, a proteção à vida. Começamos a campanha com a consulta, realizamos nossos Congressos Estaduais e Conferência Nacional e faremos uma campanha forte e combativa”, destacou Ivone.

“Temos muitos desafios este ano, entre eles lutar por condições adequadas para os trabalhadores. Os bancos são o setor mais lucrativo da economia, com rentabilidade crescente nos últimos anos. A rentabilidade dos cinco maiores bancos (BradescoItaúSantander, Caixa e BB) é de cerca de 20%, isso significa que a cada cinco anos o lucro dos bancos é capaz de dobrar o patrimônio dessas instituições. E, mesmo com a economia estagnada, os bancos retomaram sua rentabilidade a um patamar mais alto que em 2014″, acrescentou a dirigente.

A definição da pauta final de negociação começou no início do mês de junho, com a consulta aos bancários e os debates nas conferências estaduais. Durante a 22ª Conferência Nacional, em São Paulo, cerca de 635 delegados que representam trabalhadores de bancos públicos e privados de todo o país definiram os itens para a Campanha Nacional Unificada 2020.

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Consulta Nacional

Aumento real de salários, manutenção dos direitos nos acordos, melhores condições de trabalho e defesa da saúde estão entre as prioridades apontadas pelos bancárias na Consulta Nacional, que serviu de base para a definição da pauta de reivindicações. A consulta foi realizada com quase 30 mil trabalhadores.

As prioridades nas cláusulas econômicas destacadas na consulta são: o aumento real de salário, opinião de 71% dos entrevistados; a garantia do Plano de Cargos e Salários (PCS), com 37,8%; aumento da PLR (participação nos Lucros e Resultados), com 30,6% das respostas; e o aumento do piso, com 30,2%.

Nas cláusulas sociais, a resposta mais frequente foi a manutenção dos direitos, com 79,7% das respostas. Defesa da saúde e melhores condições de trabalho vêm em seguida, com 69,1%. Defesa do emprego obteve 21,7% e o combate ao assédio moral, outros 8%. Igualdade de oportunidades registrou 6,4% das respostas e a reposição dos custos do teletrabalho outros 3,4%, enquanto a Previdência complementar teve 2,9%. A defesa dos bancos públicos, contra a privatização dessas instituições, é considerada muito importante para 78,9% dos entrevistados.

A defesa da saúde também é prioridade entre os bancários. Quando se questiona qual o impacto da cobrança excessiva pelo cumprimento das metas, mais da metade dos entrevistados respondeu que era o cansaço e a fadiga constante (54,1%).

Pesquisa Home Office

Em consulta realizada com mais de 11 mil bancários de todo Brasil ficou claro que a categoria vem enfrentando muitas dificuldades com o trabalho em home office. Apenas 19,2% dos bancários possui em sua residência um escritório para realizar o trabalho, sendo que os demais realizam o trabalho de forma improvisada, no quarto, na sala ou até mesmo na cozinha. Além da falta de estrutura de trabalho, os bancários informaram que suas contas de consumo aumentaram durante o home office, e para as mulheres e as pessoas com filhos em idade escolar têm sido mais difícil conciliar o trabalho em casa com afazeres domésticos e a relação com familiares.

“Esse ano é fundamental discutir cláusulas para regular o trabalho home office. Para estabelecer, entre outras coisas, que os custos do teletrabalho sejam arcados pelos bancos, assim como o fornecimento dos equipamentos de trabalho e ergonômicos. Não vamos aceitar também que sejam retirados direitos dos trabalhadores que cumprirem suas funções em suas casas”, disse Ivone Silva.

A participação dos bancários é fundamental na Campanha Nacional. Participe e se informe no site do Sindicato e redes sociais.

Fonte: SP Bancários.

 

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