Santander: o pior banco para os brasileiros

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Em meio à maior crise de saúde do nosso tempo, o banco espanhol demite trabalhadores ignorando seu próprio compromisso de garantir o emprego dos bancários

Em mais uma demonstração de alinhamento com as políticas do governo fascista de Jair Bolsonaro, o Santander tornou-se o primeiro banco no Brasil a demitir trabalhadores sem justa causa durante a pandemia de coronavírus. Na última sexta-feira (5), o banco mandou embora ao menos 15 trabalhadores, descumprindo o compromisso público que havia assumido em interromper desligamentos durante a crise sanitária.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região tem recebido denuncias de demissões injustificadas desde sexta-feira e há registros de ao menos 15 delas nas áreas de auditoria e Asset.

Em março, o Santander se comprometeu publicamente em mesa de negociação com o movimento sindical em suspender as demissões que poderiam estar em andamento e a não demitir enquanto a pandemia perdurar no país.

“Em 23 de março anunciamos nosso compromisso público de não demitir funcionários durante o período crítico da pandemia. Na semana anterior, já havíamos divulgado a decisão de antecipar todo o 13.º de nossos funcionários para pagamento em 30 de abril”, disse Vanessa Lobato, vice-presidente de Recursos Humanos do banco no Brasil, em declaração a imprensa.

“O que o Santander está fazendo é uma desumanidade, um desrespeito não apenas com os trabalhadores, mas com a sociedade. Os bancários estão na linha de frente, colocando suas vidas em risco para cumprir metas, correndo o risco de serem contaminados, como muitos foram. Além disso, eles têm viver com o terror de perder o emprego durante a maior crise sanitária da nossa geração”, critica a dirigente sindical e funcionária do banco, Maria Rosani.

Além das demissões, o banco tem forçado o retorno ao trabalho presencial durante a pandemia, o que contraria as recomendações de especialistas em saúde e das autoridades sanitárias.

“O banco tem se comportado como se estivéssemos em uma situação de normalidade, o que claramente não tem a ver com a realidade que vemos, com mais de 35 mil mortos. Na Espanha, o Santander tem agido de forma totalmente diferente, o que nos deixa claro que por aqui a direção optou em se alinhar com Bolsonaro na tentativa de enfraquecer as quarentenas e de prejudicar os trabalhadores”, diz a dirigente sindical.

Tudo isso, com mais de R$ 1 trilhão liberado pelo Governo Federal aos bancos, o que desmente a justificativa do Santander em demitir por conta de ajuste econômico gerado pela crise.

“Se tem um segmento que, mesmo com a pandemia, está muito bem economicamente, este setor é o dos bancos. Eles receberam um pacote enorme de ajuda do Governo enquanto a maioria da população tenta sobreviver com R$ 600. Em contrapartida, o Santander demite trabalhadores que dificilmente conseguirão recolocação profissional durante a pandemia, agravando a crise social  no país que mais gera lucro ao banco mundialmente”, finaliza.

Fonte: SP Bancários.

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