Movimento #Somos70porcento desperta para a força da maioria “Fora Bolsonaro”

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São Paulo SP 19 05 2020-Centrais sindicais convocam ato contra politica do governo Jair Bolsonaro doto Roberto Parizotti/Fotos Publicas

Nos últimos três dias, as manifestações em defesa da democracia e contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) se intensificaram. Mobilizações ocuparam as ruas e as redes com críticas ao direcionamento do ex-capitão para o país — sobretudo durante a pandemia do novo coronavírus — e às ameaças às instituições democráticas do país.

Entre as mobilizações, o movimento #Somos70porcento, puxado pelo economista Eduardo Moreira, ganhou força e adesão popular desde sábado (30), um dia antes das bandeiras das torcidas organizadas pró-democracia irem às ruas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. A hashtag, que chegou a ser o terceiro assunto mais comentado no Twitter, faz referência ao percentual de brasileiros que consideram o governo Bolsonaro ruim/péssimo ou regular, segundo pesquisa Datafolha.

A ideia da campanha é “fazer a ficha cair”, como definiu Moreira em entrevista ao Brasil de Fato, uma vez que os apoiadores de Bolsonaro são minoria, chegando à casa de apenas 30%.

“Quando saem essas pesquisas, o pessoal: ‘Poxa, mas eles não caem de 30%’. Aí eu falei assim: ‘Ô, acorda, eles são 30%; nós, 70′. Você está deixando 30% agirem como se fossem 70, e nós, que somos os 70, estamos agindo como se fôssemos 30. A gente é maior que o dobro, a gente é ampla maioria num regime verdadeiramente democrático, quem faz as escolhas somos nós. Somos os 70%”, relata o economista sobre o momento em que surgiu a campanha.

“Despertar”

A pesquisa Datafolha foi aplicada nos dias 25 e 26 de maio, período em que já se evidencia o impacto da divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Os resultados mostram que 43% dos brasileiros consideram o governo ruim ou péssimo, avaliação que na pesquisa anterior era feita por 39,5% dos respondentes. Já o percentual de pessoas que consideram o governo regular caiu de 26% para 22%.

De acordo com a série histórica do Datafolha, Bolsonaro tem o pior índice de aprovação de presidentes desde 1989 a esta altura de um primeiro mandato. Fernando Collor tinha 41% de rejeição quase no mesmo período, com um ano e seis meses à frente da Presidência.

:: Bolsonaro tem a pior avaliação em relação ao primeiro ano de mandato ::

Além de chegar a uma rejeição recorde, o presidente já vê crescer em pouco mais de um mês e meio os que defendem sua renúncia ou seu impeachment. Segundo o Datafolha, do início de abril para cá, caiu de 59% para 50% os que acham que ele não deve renunciar, enquanto subiu de 37% para 48% os que acham que devem.

A rejeição ao modo como o governo Bolsonaro conduz a crise do novo coronavírus alcança 50%, enquanto a aprovação está em 27%. A frase dita na reunião ministerial de 22 de abril pelo presidente, sobre distribuição de armas para a “população”, é reprovada por 72%.

Moreira explica que o movimento “dos 70%” tem a intenção de fazer as pessoas “acordarem para o poder que elas têm e não estão vendo”. Segundo ele, existe uma máquina financiada pelo governo para impedir que as pessoas vejam o que elas realmente são e o tamanho delas.

“Tem história de um elefante quando ele é pequeno num circo você amarra ele num barbante num cotoquinho de madeira e não consegue sair, quando ele fica grande você pode amarrar ele com o mesmo cotoquinho que ele não tenta sair, ele não sabe o tamanho dele. Caramba, olha o nosso tamanho a gente vai deixar um barbante amarrar a gente num cotoco que é o Bolsonaro? Vamos arrancar o cotoco do chão e vamos ficar livre. Essa é a ideia dos 70%”, aponta ele.

Xuxa contra bolsonaristas

A campanha #Somos70porcento ganhou força no campo democrático e também fora dele. Entre as celebridades, o post que teve maior destaque foi o da apresentadora Xuxa Meneghel, que nas últimas eleições chegou a aderir à campanha “Ele não”, que se opôs à candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência em 2018.

Xuxa levantou a hashtag #Somos70porcento em seu perfil no Instagram ao lado de um vídeo antigo, de 1998, quando estava grávida de sua filha Sasha. A barriga à mostra exibe uma bandeira do Brasil e a apresentadora, com figurino e cenário com as cores da bandeira, canta “Estamos chegando”. A postagem tem amplo apoio de seguidores.

Veja o vídeo:

 

Fonte: Brasil de fato.

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