Empregados desmentem Pedro Guimarães

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Em ofício, direção do banco afirmou que não existe orientação de retorno presencial, metas nas agências e que só serviços essenciais são feitos presencialmente. Porém, denúncias evidenciam realidade bem diferente; Sindicato está enviando novo ofício cobrando que o exposto pela direção seja aplicado

Em ofício enviado ao Sindicato, em meados de agosto, a direção da Caixa respondeu algumas cobranças dos empregados quanto a proteção da saúde e as condições de trabalho durante a pandemia de coronavírus. No documento, a direção do banco público afirmou, de forma enfática, que não há recomendação formal de retorno dos empregados que estão em home office, não há cobrança de metas nas agências e que somente serviços essenciais estavam sendo oferecidos presencialmente nas unidades. Entretanto, atendendo ao chamado do Sindicato, os empregados da Caixa deixaram claro que a realidade nos locais de trabalho é muito diferente do que foi dito no ofício.

“Há cobrança de alguns itens de meta. Itens com metas quase quatro vezes superiores as cobradas antes do período da pandemia”, diz um empregado.

“O meu gestor imediato convocou o retorno ao trabalho. Conforme determinação da diretora, 30% deveria voltar ao trabalho. O número está em 50% do efetivo da unidade. A ordem pela convocação da equipe veio por WhatsApp para a chefia, não por e-mail. A equipe da unidade foi comunicada em reunião e grupo no Teams”, relata outro bancário.

“Estou em home office. Sou do grupo de risco, a única na agência, mas tenho metas diárias e sou cobrada antes, durante e depois meu horário”, destaca mais um colega.

“Todo dia temos “desafios” impostos pela SEV. Não aguentamos mais. Mesmo quando a meta já está batida somos cobrados e expostos em ranking de agências”, denuncia mais um empregado.

“A Caixa vai nos matar”

De acordo com a dirigente do Sindicato e bancária da Caixa, Tamara Siqueira, os relatos acima são apenas alguns exemplos da real condição de trabalho enfrentada pelos empregados da Caixa em meio à pandemia de coronavírus.

“A realidade é que os empregados estão sobrecarregados, são cobrados por metas altíssimas, não existe isso de apenas atendimento essencial. Existem áreas nas quais não existe qualquer necessidade de trabalho presencial como, por exemplo, Gigov, Gimac, Gilie, Gihab, Cehop e agências digitais, mas que ainda assim os gestores insistem em convocar os trabalhadores. Nesse caso, estamos agindo mediante denúncia e conseguimos a suspensão do retorno em alguns casos”, relata Tamara.

“Estamos cobrando a Geret, informando o desrespeito ao que foi preconizado pela própria direção do banco em ofício e cobrando para que o exposto no documento seja de fato aplicado em todas as áreas e agências. O Sindicato segue encaminhando cada denúncia recebida junto aos responsáveis diretos nas áreas e também no Fórum de Saúde e Condições de Trabalho. Para isso, contamos com a colaboração dos empregados, que devem denunciar qualquer irregularidade ao Sindicato. O sigilo é garantido”, orienta a também dirigente do Sindicato e empregada da Caixa, Vivian Sá.

Fonte: Contraf-Cut

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