Com manifestações culturais e denúncias, a luta permanente contra o racismo e por igualdade de oportunidades
Convocados pela Contraf-CUT, dirigentes sindicais bancários participaram, nesta quinta-feira (20), do ato público realizado no Centro do Rio de Janeiro em celebração ao Dia da Consciência Negra. A atividade, organizada por movimentos sociais e entidades do movimento negro, reuniu manifestações políticas, culturais e religiosas afro-brasileiras em frente ao busto de Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas.
O espaço, construído pelo antropólogo Darcy Ribeiro durante o governo Leonel Brizola, já é tradicional nas homenagens ao líder quilombola e ponto central das mobilizações pela igualdade racial. O ato contou com apresentações de música e dança, além de culinária afro-brasileira, destacando a força da cultura negra e sua contribuição histórica ao país.
Contraf-CUT reforça mobilização nacional
A participação bancária no ato foi estimulada pela Contraf-CUT como parte das ações nacionais da entidade para o 20 de novembro.
Para Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, a data é fundamental para denunciar violências e desigualdades que atingem especialmente a população negra. “Precisamos lembrar que 86% das pessoas mortas em operações policiais no Brasil são negras. A política de segurança que se repete em vários estados, como no Rio, não torna a sociedade mais segura. Pelo contrário, intensifica a violência”, afirmou.
Almir defendeu políticas públicas estruturantes como caminho para reduzir desigualdades raciais. “É urgente investir em educação em tempo integral, geração de empregos e renda, e no uso de tecnologia e inteligência nas ações contra o crime organizado. Só assim avançaremos na construção de uma sociedade mais justa.”
Racismo estrutural e intolerância religiosa em pauta
Além das homenagens às ancestralidades africanas, o ato também denunciou a escalada da violência contra as religiões de matriz africana, reafirmando a necessidade de combater o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.
Desigualdade no sistema financeiro
Almir também alertou para as desigualdades raciais no setor financeiro, que persistem apesar dos avanços no debate sobre diversidade. “É inaceitável que bancárias e bancários negros recebam, em média, salários menores do que colegas brancos que desempenham as mesmas funções. A desigualdade é ainda mais grave quando falamos de mulheres negras, que enfrentam maiores barreiras de ascensão profissional”, destacou.
Dados recentes mostram que trabalhadores negros (pretos e pardos) ganham, em média, 24% menos que seus colegas brancos no sistema financeiro. “O Dia da Consciência Negra são todos os dias. É na prática cotidiana da sociedade e do Estado que se constrói igualdade de oportunidades”, concluiu o secretário da Contraf-CUT.
Fonte> Contraf-Cut

