Audiência Pública debate, na Câmara dos Deputados, em Brasília, hoje, 3/07, denúncias de fraudes em processos de terceirização do Santander. A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, está com o companheiro Marcos Vicente, membro do COE/Santader na Audiência e ambos denunciam: os dados da terceirização do Santander são alarmantes. O banco cresce em número de funcionários(as) e diminui o gasto de despesa média com trabalhador(a).
Veja os dados:
Entre 2019 e 2024, o número de trabalhadores cresceu 16,4%. Crescendo de 47.819 trabalhadores em 2019 para 55.646 em 2024.
• As despesas com pessoal do Grupo Santander, no entanto, caíram 4,1%, entre 2019 e 2024. A despesa média por trabalhador apresentou uma queda de 17,6%.
• Entre 2019 e 2024 a despesa de pessoal real da estrutura do BANCO caiu 22,7%, enquanto a despesa das controladas e coligadas subiu 130,2%, indicando que o Santander vem adotando uma transferência de sua força de trabalho da estrutura do banco para as demais empresas do conglomerado. Ou seja, ainda que o número de empregados total tenha se ampliado isso ocorre exclusivamente nas empresas coligadas e controladas, enquanto o emprego bancário no Santander vem e reduzindo de forma intensa.
• Atualmente o Banco Santander possui participação em 20 empresas coligadas, entre elas: Aymoré Crédito, F1rst Tecnologia e Informação e Tools Soluções e Serviços além das corretoras de seguros, corretoras de câmbio e valores imobiliários e etc.
• Estas empresas têm CNPJs com CNAEs diversas que sequer estão enquadradas no Ramo Financeiro. Alguns exemplos são a própria F1RST enquadrada na CNAE “Desenvolvimento de Programas de Computador sob Encomenda” ou a empresa “Tools” enquadrada na CNAE “Preparação de Documentos e Serviços Especializados de Apoio Administrativo não especificados anteriormente”.
• Com a transferência de trabalhadores para empresas enquadradas em CNAEs não bancárias o Santander parece buscar uma estratégia de redução de custos baseada em modificar a representação sindical de sua força de trabalho e assim precarizar as condições de trabalho por meio de instrumentos coletivos de trabalho com menos direitos.
• O Banco tem concentrado ativos de tecnologia em nova companhia, a F1RST. Os trabalhadores desta companhia têm condições de trabalho diferentes dos bancários. Com jornada de 8 horas, sem adicional noturno, auxilio alimentação ou refeição de R$1.101,67 (dos bancários os auxílios são juntos, no valor de R$ 1.984), sem menção a qualificação profissional na ACT e com programa próprio baseado somente em rentabilidade e metas. Há portanto, uma precarização nas relações de trabalho, menor remuneração e flexibilização e fragmentação da categoria.
• A ampliação de trabalhadores se dá fora das agências tradicionais. O Santander tem adotado uma engenharia distinta, a partir da criação de empresas coligadas com a transferência de trabalhadores.
• Estima-se que dos 55.646 empregados da Holding, 54% sejam do Banco e 46% das demais controladas e coligadas. Com 54% dos trabalhadores a estrutura do banco representa 70% das despesas de pessoal, e com 46% dos trabalhadores as demais empresas representam apenas 29% das despesas de pessoal, concretizando a estratégia do Santander de reduzir custos a partir da precarização das condições de trabalho, conforme pratica a redução de trabalhadores na estrutura do Banco Santander e o aumento de trabalhadores na estrutura das demais empresas da Holding, onde as condições de trabalho não seguem a CCT da categoria bancária.
AGÊNCIAS
• De acordo com dados do Banco Central, entre 2019 e 2024 foram fechadas 301 agências do Banco Santander em todo o país, redução de 11%.
• Entre 2019 e 2024, o Santander fechou, em média, uma agência por semana.
Vamos com a gente nesta luta!
Fonte: FEDERA RJ